Sugestões de Leitura: Gênero Poesia
A Sala de Leitura da E.E Maria Cecília Ferraz
De Freitas,
convida você para a leitura de obras dos mais variados
gêneros. Vale a pena conferir o Gênero Poesia!
Segundo Augusto
de Campos, um de seus tradutores para a língua portuguesa, a
poesia de Emily Dickinson
se aproxima, de certa forma, ao Hai-Kai: “Emily é
muito sintética, seus poemas são, em
geral, muito breves, e
ela é capaz de captar um momento insubstituível de
observação ou de reflexão poética com um mínimo de palavras.
‘Um romance num
suspiro’, como disse Schoenberg a propósito de Webern.
Seus poemas são pequenas
‘iluminações’. Mas não são poemas circunstanciais. São
muito elaborados
e ao mesmo tempo surpreendentes”.
Paulo
Leminski foi uma das grandes surpresas da poesia brasileira nos últimos trinta
anos. Pertencendo a uma
geração de insatisfeitos e irreverentes levou a
insatisfação e a irreverência àquele ponto extremo para o qual só há
uma saída:
renovar ou se retirar. Leminski foi um filho que sempre chamou a atenção por
sua intelectualidade, cultura e
genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão
e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra.
Desde muito
cedo, Leminski inventou um jeito
próprio de escrever poesia, preferindo poemas
breves, muitas vezes fazendo haicais,
trocadilhos, ou
brincando com ditados franceses.
Solombra, de 1963, é um livro curto, para
ser lido de um só fôlego, mas que nos apresenta,
evidentes, os mesmos
questionamentos universais, as mesmas inquietações presentes em toda
a obra da
poeta. Nele não há limitação geográfica ou temporal,
"tudo é no espaço -
desprendido de lugares" e "tudo é no tempo -
separado de
ponteiros".
Existe uma poesia
feminina? Florbela Espanca e Henriqueta Lisboa eram vozes femininas na
literatura?
Ou eram apenas vozes poéticas? Quando Flora Figueiredo escreve, ela
o faz com uma voz feminina
ou apenas, como dizia Jorge Luis Borges, busca
sonhos no fundo do sonho? Procura a beleza,
'um som d ́água ou de bronze e uma sombra
que passa', como queira Eugênio de Castro
? Registra suas emoções e procura, no
leitor ou leitora, eco para elas? 'Chão de Vento' é o seu
sexto livro de
poesias e prova mais uma vez que Flora ...
Este livro reúne
a maior e a melhor parte da obra de um dos grandes poetas do Brasil. Vindo de
um misticismo de fundo religioso para uma poesia nitidamente sensual que depois
se muda em
versos marcados por um fundo sentimento social, a obra de Vinicius
tem como constante um
lirismo de grande força e pureza.
Mário Quintana é um desses escritores cujas
frases, líricas, estão submetidas a um mesmo espírito
que segue a proposta
baudelairiana de “a infância reencontrada”. O jogo lúdico da banalidade de um
cotidiano singelo sem finalidade é visto, entretanto, pela sensibilidade do
poeta como um jogo lúcido,
dentro do qual se extraem os espantos decorrentes de
um mundo que, se
simples, é, sobretudo, desconcertante.
Em Bagagem,
os poemas são distribuídos em quatro grandes seções. Essas seções se configuram
segundo um variado mapa existencial, que se divide entre as coordenadas da
“poesia”, do “amor” e
da “memória”, além daquela “alfândega”, de sentido mais
escorregadio, mas nem por isso
menos sugestivo (pensemos num contraponto com o título
do livro). O cotidiano é sumariamente
descrito, o espaço próprio das vivências
imediatas, recebendo freqüentemente a carga do trivial,
que é a polaridade
“terrena” das ofegantes aspirações ao sublime.
Coletânea de poemas - 'O rio' (1953), 'Morte e Vida
Severina' (1954-55), 'Paisagens com Figuras' (1955)
e 'Uma Faca sem Lâmina'
(1955) - de João Cabral de Melo Neto publicados na década de 1950. Para Cabral,
esta década foi crucial para a consolidação da linguagem que viria a refinar
nos anos seguintes. No poema
'O Rio', Cabral trata do rio Capibaribe e de seu
povo, só que, desta vez, sob uma ótica mais documental
e narrativa. Já 'Morte e
vida severina', publicado pela primeira vez em 1956, retrata a fuga da seca de
retirantes
que seguem o curso do rio Capibaribe. Em 'Paisagens com Figuras'
(1955), o poeta mescla, descrições
das paisagens de Pernambuco e da Espanha.
Por fim, em 'Uma Faca sem Lâmina' (1955), Cabra
l remete a um tema que lhe é
caro - a composição poética.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros
urbanos, alheia a modismos
literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do
interior brasileiro, em particular
dos becos e ruas históricas de Goiás. A
poeta trabalha a memória a partir do inventário do
conjunto de valores,
sentidos, sociabilidades e sensibilidades articulado à alimentação.
Coletânea de poemas selecionados pelo próprio
Manuel Bandeira, um dos mais importantes poetas
brasileiros do século XX.
Mostram a busca pelo significado das coisas com um lirismo maduro e
simples.
Cheios de angústia e busca pelo significado das coisas, os poemas tratam
basicamente
sobre morte, humildade, infância e sensualidade. São quatro fortes
pontos que marcaram a vida do autor.
Nesta obra, Poemas
rupestres, Manoel de Barros recorre às lembranças de Mato Grosso, e de seus
primeiros passos no Pantanal, para dar novos significados às palavras. O livro
oferece uma oportunidade
de apresentar aos leitores a vida de um dos mais
importantes poetas contemporâneos. Um autor que
surpreende, ao mesmo tempo em
que intriga e comove ao leitor, com o despojamento de seus
versos, tirados de
chão, árvore, bicho, água e pedra.
Como o critério de intimidade sobrepõe
qualquer outro, o quintal torna-se maior que o mundo que o
circunda, pois é
nele que o narrador calca sua vivência, sua experiência. Aquilo que vem
primeiro tem
primazia sobre aquilo que o segue; então, se o quintal vem a ser
primeiramente conhecido, isso o faz
maior e mais importante que outros espaços
sociais. Desse modo, rompe-se com a obviedade
das relações que estabelecem
prioridades e importâncias, instalando-se uma ordem diversa,
baseada na
intimidade e na antiguidade e sua permanência.
Essencial é a poesia desse
livro porque busca representar a essência de uma obra. É essencial,
também,
porque carrega sentimentos poéticos nascidos da percepção acurada sobre a
essência
da vida e do universo. E é essencial, sobretudo, porque revela-se em
uma linguagem-emoção simples
e penetrante, tal qual um veio d’água que brota na
escritora e segue seu caminho no leitor.
Uma antologia de obras raras,
esgotadas ou inéditas, que retrata aos olhos de jovens e adultos
a maturidade
de uma poeta já consagrada pelo público e pela crítica.
Em ‘Ciclo da Lua’, de César Magalhães Borges”, o
autor faz uma associação muito
interessante entre cada um dos ciclos da Lua,
cada uma das quatro estações e
cada um dos nossos sentimentos humanos mais
“básicos”. Desta forma, a análise
de cada poema deve “dialogar” com o ciclo
lunar no qual ele está contextualizado,
assim como deve ser associado à estação
do ano e ao sentimento a ela mais peculiar.
Os textos de Mário Quintana tematizam a vida,
fazendo reflexões sobre seu significado. Pequenos flashs
da natureza, uma cena
do cotidiano, um relato de amor-criança, esses poemas encantam adolescentes
e
adultos. Muita delicadeza, lirismo e nostalgia são as marcas dessa coletânea.
Feira de versos, poesia de cordel, coletânea que reúne três dos cordelistas mais
populares do Brasil.
A antologia traz poemas divertidíssimos de três gigantes
do cordel: os paraibanos João Melquíades e
Leandro Gomes de Barros e o cearense
Patativa do Assaré. Com temática variada, os versos dos três
poetas misturam
humor e crítica social, vida religiosa e sexualidade, epopéias e comentários
sobre a
dura realidade do Nordeste, oferecendo ao leitor uma imagem singular da
vida e da alma do povo brasileiro.
De forma jocosa e ao mesmo tempo pungente,
os poetas exprimem sua visão de mundo.
'Canto Geral' é uma obra
atípica e representa uma reviravolta na poética de Pablo Neruda. O livro foi
escrito
em circunstâncias adversas, quando Neruda, por ser membro do Partido Comunista,
sofria forte perseguição
pela polícia do presidente chileno González Videla,
sendo obrigado a transpor a Cordilheira dos Andes e
refugiar-se no exterior.
Lançado em 1950, o livro teve duas primeiras edições quase idênticas – uma oficial,
e pública, no México; e outra,
clandestina, no Chile. Obra de caráter enciclopédico, reúne os mais variados
temas, gêneros e técnicas, dividindo-se em 15 seções e 231 poemas. O livro
nasceu marcado pelo
sofrimento, tendo o poeta testemunhado, por intermédio dele,
o seu grande amor tanto pelo Chile e
por seu povo, quanto pelos povos oprimidos
da América Latina.